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Em evento promovido pelo Curso de Psicologia no dia 27/09, com o apoio do Conselho Regional de Psicologia 14, o campus do Pantanal debateu a “Cura Gay”. Com presença maciça da comunidade universitária e da sociedade civil organizada pode-se apresentar o anacronismo desta proposta e ratificar o compromisso da Universidade com os interesses da sociedade.

Segue abaixo o manifesto apresentado pelos professores do curso:

Nós, professoras e professores do curso de psicologia da UFMS, campus do Pantanal, vimos através deste documento nos manifestar sobre a retomada da polêmica envolvendo as terapias de reorientação sexual, proibidas pelo Conselho Federal de Psicologia desde 1999.
O curso de psicologia do Campus do Pantanal, que em 2017 completa 50 anos, tem sua história vinculada ao progresso do nosso campo de saber, com o rigor das práticas científicas, em defesa das populações oprimidas e dos valores éticos.
Dito isso e considerando que ciência e religião trilham caminhos distintos e, por vezes, conflitivos, que o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DMS), desde 1973, e o Código Internacional de Doenças, desde 1990, não consideram a homossexualidade como doença, que existe uma vasta literatura que a aponta como uma das inúmeras possibilidades de expressão da sexualidade humana e que cabe ao profissional de psicologia acolher, em sua prática, o sofrimento humano que, no caso da homossexualidade, está associado à maneira preconceituosa como a sociedade vê e trata estas pessoas, levando-as por vezes ao suicídio, nos posicionamos em defesa da resolução 01 de 1999, em sua integra, das e dos homossexuais e contra a onda reacionária, retrógrada, obtusa e a-científica que assola nosso país e nossa comunidade, que deseja impor seus valores hetero-normativos a todo custo a esta minoria. Defendemos uma psicologia da diversidade, baseada nas ciências, nos direitos humanos e em defesa da Sociedade.

Corumbá, 27 de setembro de 2017