Direção dá esclarecimentos sobre a criação do curso de Medicina no CPAN

Postado por: Luciano Édipo

A criação de um curso de Medicina é muito diferente da dos demais. Enquanto para esses buscamos o provimento de professores no MEC e no MPOG, para Medicina concorremos a um pacote completo. Neste momento, estamos concorrendo aos recursos que foram disponibilizados para o Programa Mais Médicos e para expansão dos cursos de Medicina no interior do país. Até o ano passado, existia um Edital e os municípios com mais de 70 mil habitantes e as instituições de Ensino Superior ali instaladas podiam concorrer. Isso não acontece mais.

Nossa proposta encaixa-se no fluxo contínuo. Vale dizer que os recursos dos programas mencionados não sofreram cortes nos seus orçamentos, ainda! Mas, acreditamos que findarão em junho/julho deste ano, por conta das eleições. Assim, o que estiver comprometido será feito; o que não estiver nem sequer será analisado.
Em outras palavras, a aprovação de um curso de Medicina pelo MEC/MS (Ministério da Educação e Ministério da Saúde) implica num pacote com professores, técnicos, recursos para construção, para equipamentos e livros. É isso que estamos concorrendo! O COUN/UFMS deve nos dar o aval para concorrer, mas o MEC/MS decidirá nosso futuro. Caso não seja aprovado pelos Ministérios, mesmo com aprovação pelo COUN, o curso não será implantado, pois não temos como retirar recursos da UFMS para isso.

Edgar Aparecido da Costa

Profº Dr. Edgar Aparecido da Costa – Diretor CPAN

Logo, de forma alguma haverá prejuízos para os demais cursos, em termos de recursos. Nossos técnicos não vão trabalhar mais por isso. As novas funções criadas são diferentes das atuais, são específicas para a Medicina. Mas, sua criação implica em novas salas de aula para o CPAN, mais livros, mais laboratórios equipados, mais professores (quem sabe alguns com perfil para fortalecer nossos cursos de pós-graduação), mais força política para nosso Câmpus e um novo terreno (que deverá ser doado pela Prefeitura). Muito mais que isso: A contribuição do CPAN para a melhoria dos serviços de saúde de Corumbá e Ladário. Conforme a fala da professora Cláudia Araújo: “estamos pensando na maioria das pessoas dessas cidades que dependem do SUS”. Atualmente, existe uma única ginecologista atuando nos PSF de Corumbá. De fato, a UFMS não pode fechar os olhos para as dificuldades dos municípios que nos abriga. É por isso que estamos propondo a Medicina para cá.

A fase embrionária (que atuamos junto) do curso de Medicina em Corumbá ocorreu em 2011. Após a defesa de mestrado, o auditor da Secretaria Estadual de Saúde, Wagner Silva, profundo conhecedor da realidade da saúde pública e privada do Estado de Mato Grosso do Sul, provocou-nos dizendo que a UFMS tinha a obrigação de criar um curso de Medicina em Corumbá. À época, estabelecemos uma série de contatos, mas problemas políticos impediram a concretização dos acordos.

A proposta atual começou a tomar forma em 2014, quando inserimos o curso de Medicina no PDI 2015-2019 da UFMS. Em 2015, criamos uma comissão de pessoas dispostas a escrever a proposta de criação do curso para nosso Câmpus. Procuramos desvincular da Direção a elaboração para ela acontecer de baixo para cima. Mais ainda: junto com alguns colegas visionários propusemos chamar a sociedade política e os médicos para nos ajudarem na construção. E isso aconteceu. Aprendemos muito juntos, brigamos, nos reconciliamos e materializamos uma proposta competitiva de curso.

Neste sentido, precisamos agradecer aos colaboradores. As pessoas que acreditaram e se doaram para que chegássemos até aqui. Sabemos que ainda estamos longe, mas já percorremos uma boa parte do caminho.

Agradecimentos aos apoiadores:

Agradecemos aos prefeitos de Corumbá e Ladário, Paulo Duarte e José Antônio. Sem o interesse deles não começaríamos o Projeto, pois toda a centralidade dele está na atuação de nossos professores e alunos na rede municipal de saúde. José Antônio indicou seu vice, José Sampaio Jr. para compor a Comissão, cujo trabalho foi fundamental no provimento de informações para a composição do Projeto.

O prefeito Paulo Duarte fez questão que estivessem duas pessoas da Prefeitura de Corumbá na Comissão: a vice-prefeita Márcia Rolon, pelo conhecimento teórico e prático de fronteira e a Secretaria de Saúde Dinaci Ranzi, pela experiência na criação do Curso de Medicina em Dourados (MS). O prefeito se comprometeu em doar terreno para a UFMS construir o prédio da Medicina e, agora, reafirmou sua palavra, manifestando em carta de apoio que a Prefeitura envidará todos os esforços necessários para prover um terreno para ampliação do CPAN e consequente instalação do curso em Corumbá. Ambas as indicações foram fundamentais, mobilizando informações, contatos e servidores para ajudar a escrever o Projeto.

Márcia e Dinaci foram extremamente comprometidas com a construção do Projeto. Nossa enorme gratidão. Destacamos seus esforços na argumentação junto ao prefeito Paulo Duarte para aceleração das reformas e construções de Unidades de Saúde para servir a população, mas nos moldes das exigências do MEC, para atendimento do curso de Medicina. Esses esforços trouxeram, ainda, para a Comissão, o médico Cristiano Xavier, Diretor-Presidente da Santa Casa de Corumbá. Sua participação também foi fundamental, não somente apoiando com informações, mas reestruturando administrativamente o Hospital para os moldes de nossa proposta.

Agradecemos à Fiocruz, escritório de Mato Grosso do Sul, que por meio de seu Diretor-Regional, Rivaldo Venâncio, indicou Vera Kodjaogranian, uma pessoa com uma visão ampla do SUS e do formato dos novos cursos de Medicina do país. Sua participação foi essencial para os ajustes de conteúdos teórico-metodológicos.

Por fim, destacamos o apoio inestimável da Associação Médica de Corumbá, por meio do seu presidente Rogério Leite e do experiente médico Cláudio da Rosa. Suas dúvidas e questionamentos foram basilares para o fortalecimento do grupo. Além disso, foram responsáveis pelas articulações para que pudéssemos trazer a categoria para apoiar a criação do curso de Medicina em Corumbá.

Agradecemos ao governador do Estado de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja e ao Secretário de Estado de Saúde, Nelson Tavares, pela autorização para que seu Gerente de Auditorias, Wagner Silva participasse da equipe e trouxesse informações, contatos, articulações relevantes para o Projeto.
Somos muito gratos pelo trabalho até então realizado e contamos com todos para as próximas etapas.

Ao pessoal da UFMS

Destacamos o trabalho incansável da professora Cláudia Araújo que não mediu esforços para construir um quadro de componentes curriculares intensamente debatidos com os médicos, por meio da Associação Médica de Corumbá, com a Dinaci e com a Vera. Foi ela quem centralizou todas as informações de saúde. O professor Ilídio também apoiou-nos neste trabalho, além de ajudar na apresentação da nossa proposta aos médicos. Sempre desconfiado, foi um importante guardião para mantermos os pés no chão.

Agradecemos, também, o apoio e a experiência do professor Wilson de Mello, cujas dicas foram decisivas, especialmente na fase de montagem do projeto final que seguirá para a apreciação do COUN.

Destacamos o trabalho da professora Cristina Lanza, também vereadora de Corumbá, responsável pelas articulações com a Câmara Municipal, com o Prefeito Paulo Duarte e com a Secretaria de Saúde. Agradecemos pela força de trabalho de grupo. Daqui para frente seu trabalho será ainda mais importante nas articulações junto às nossas bancadas de deputados e senadores.

Destacamos o trabalho da Secretaria da Direção, especialmente de Ramona Dias Trindade, responsável por buscar os dados necessários para a produção do texto, ajustar de acordo com as normas, pela formatação, pela correção do texto e pelas insistentes ligações aos parceiros e na busca deles.

Esses foram os companheiros que mais diretamente trabalharam na construção do projeto. Outros tantos nos ajudaram, mas fica muito difícil nominar os de fora da comissão, pois corremos o risco de esquecer de alguém muito importante – tantos foram. É evidente que falta destacar o apoio dos conselheiros do Conselho de Câmpus do Pantanal, que acreditaram em nossa proposta, bem como aos conselheiros do COEG. Neste último caso, nossa conselheira, professora Maria Angélica, articulou nossa fala com a professora Luciane Linjardi, permitindo a aprovação por unanimidade.

Por fim, resta destacar os conselhos fundamentais, as dicas e o apoio incondicional da nossa Magnífica Reitora sem os quais não poderíamos seguir em frente. É preciso dizer que foi a própria Celia que acenou a necessidade de buscar um curso do porte da Medicina para fortalecer a posição da UFMS junto à sociedade local. Juntamente com a Pró-Reitora de Ensino de Graduação, professora Yvelise, que nos apoiou a seguir em frente com nossos sonhos da oferta deste curso em nosso Câmpus.

O que falta?

Falta o projeto ser aprovado na reunião do dia 23/03/2016, no COUN/UFMS e, depois disso, ser avaliado e aprovado pelo MEC/MS. Depois da postagem eletrônica no sistema e-MEC, em aproximadamente 3 meses, saberemos do resultado.

Temos chances?

Atendemos a Resolução nº 3, de 20 de junho de 2014, que instituiu as Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação em Medicina. Acreditamos que temos uma boa proposta, a cidade se enquadra nos critérios de criação de novos cursos de Medicina.

Temos chances, mas estas não são tão generosas. Por isso precisamos do apoio de toda a comunidade acadêmica, civil e principalmente política de Corumbá, Ladário e de Mato Grosso do Sul. Sem isso, não conseguiremos. Sim, o curso pode não acontecer! Caso não seja aprovado em uma das duas etapas restantes, estaremos fora. Então porque divulgar? correr o risco de alimentar a expectativa da população e não conseguir! Porque, com toda certeza, os avaliadores do MEC/MS não analisarão apenas nosso Projeto, mas o que as redes sociais estão comentando. Certamente vão querer saber se a sociedade sabe desta proposta, se apoia ou não. Sabemos que não é fácil, mas acreditamos!

Neste momento será importante a divulgação da possibilidade de ter este curso. Precisamos do apoio dos nossos prefeitos, vereadores, deputados estaduais, federais, senadores e do governador para sensibilizar o MEC para reconhecimento da necessidade de um curso de Medicina em Corumbá. Mas não somente deles.

Conclamamos o apoio de toda a imprensa para divulgar a existência material de uma proposta que partiu de baixo para cima, sem ser partidária. Com uma ideologia clara: formar médicos com as habilidades e competências em acordo com as atuais Diretrizes Curriculares Nacionais, mas, fundamentalmente, aptos para atuar em nossa região, dadas suas características particulares (Pantanal, Fronteira). Precisamos do apoio de todos os cidadãos e cidadãs que acreditarem em nossa proposta.

A Direção