CPAN apoia registro de Banho de São João como Patrimônio Cultural Nacional

Postado por: Rodrigues dos Santos

Todos os trabalhos das Universidades Públicas estão estruturados no tripé Ensino, Pesquisa e Extensão e sempre que conclamadas pela sociedade da qual fazem parte, as Instituições cumprem com um de seus principais objetivos que é o da integração social do conhecimento. E é exatamente em nome da Pesquisa e da Extensão que a comunidade acadêmica do Câmpus do Pantanal/UFMS, em Corumbá, está envolvida no processo de registro do Banho de São João de Corumbá como Bem Cultural Imaterial Nacional, analisado pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) desde 2013, e que no momento, está sendo complementado com nova documentação.

Cerca de 20 pesquisadores, entre estudantes e professores saíram a campo, por cerca de 15 dias, para levantar dados e formar o maior e mais completo cadastro dos 94 festeiros participantes das comemorações tradicionais de São João, na cidade. As informações coletadas, que agora estão sendo tabuladas, respaldarão cientificamente o conteúdo do dossiê que será enviado ao IPHAN, e que deve ficar pronto até o fim do próximo ano.

“Participam deste trabalho conosco, nesta espécie de censo dos festeiros, de forma voluntária, acadêmicos dos vários cursos do Campus do Pantanal. Para isso, inserimos no questionário confeccionado pela Fundação de Cultura, questões pontuais, por exemplo, sobre a forma de transmissão da festa, os significados de elementos como o mastro e a fogueira, e a motivação para a participação na festa”, detalhou o diretor do Campus do Pantanal, professor Edgar Aparecido da Costa, também responsável por coordenar o georreferenciamento dos locais das festas no território urbano.

Para a acadêmica do curso de Letras (habilitação Português/Inglês), Juliane Gamboa, a participação na pesquisa se revelou uma grande oportunidade de crescimento acadêmico. Cursando ainda o primeiro semestre, ela disse ter se deparado com um universo até então desconhecido.  “Vim da cidade do Pará para estudar em Corumbá e estou impressionada com a forma como o São João é celebrado aqui. É muito diferente do que eu conhecia na minha cidade. Aqui há uma infinidade de simbologias, entre elas, a mais significativa é a lavagem da imagem no rio”, ressaltou a acadêmica.

Para a vice-prefeita e presidente da Fundação de Cultura de Corumbá, Marcia Rolon, “esse levantamento dará voz àqueles que realmente são os donos da festa. Serão informações precisas, dados reais e com caráter científico que tanto necessitamos”, disse Márcia.

A vice-prefeita comentou ainda que o georreferenciamento oferecerá localização precisa de cada festeiro, bem como suas práticas adotadas nas celebrações. Serão dados que poderão ser recuperados a qualquer momento do ano e por qualquer pessoa interessada no assunto. Trata-se de um registro histórico.

A iniciativa dos trabalhos é da Fundação de Cultura de Corumbá que também tem como parceiras a UCDB – Universidade Católica Dom Bosco, o escritório técnico do IPHAN em Corumbá e a superintendência do IPHAN em Mato Grosso do Sul.