RESUMO:
Na área de Letras e do Ensino de Língua Portuguesa, uma das iniciativas de maior envergadura, nos últimos tempos, foi a instituição do PROFLETRAS, que iniciou atividades em 2013. Pretende-se discutir, nesta mesa, o modo pelo qual, para o ensino da língua, o PROFLETRAS instituiu disciplinas voltadas à leitura do texto literário, ao trabalho com os gêneros discursivos/textuais, à discussão de estratégias pedagógicas com a leitura e a escrita, e às interfaces do processo ensino-aprendizagem com a literatura infanto-juvenil. O debate proposto parte, além da constatação da pouca presença do ensino de literatura nos currículos, da constatação empírica de que tal ausência decorre, em parte, da instrumentalização do literário para o ensino da língua, método que desvaloriza a literatura, impedindo que ela faça seu real papel como formador de cidadãos proficientes na Língua Portuguesa. Por outro lado, constatamos ser “notória a perda da centralidade do texto literário nos cursos de Letras” (Miguel Sanches Neto, “Guavira Letras” n. 15, Jan.-jul. 2012), levando a uma situação em que os alunos, assim como os professores, não convivem com a literatura, tendo por resultado grande número de cidadãos literariamente iletrados, muito próximos dos analfabetos funcionais, quando não inteiramente incapazes de discernir significados comezinhos, mesmo em níveis superiores de escolarização. Assim, buscamos reunir propostas, projetos e metodologias da práxis docente e discente, buscamos discutir o peso relativo das disciplinas voltadas à literatura, ao ensino de literatura e ao letramento literário no PROFLETRAS, buscamos discutir modos para superar o atual estágio de perda da centralidade do trabalho com a literatura em todos os níveis de ensino, do pré-primário à pós-graduação, e buscamos discutir teoricamente estratégias de ensino que revalorizem a literatura como instrumento formador fundamental no Ensino de Língua Portuguesa.