Pesquisadoras do Câmpus do Pantanal têm projetos aprovados no edital Mulheres na Ciência

Postado por: secdir cpan

A Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect) lançou a Chamada Mulheres na Ciência Sul-Mato-grossense, com investimento de R$ 5 milhões para o financiamento de projetos de pesquisas.

O objetivo principal do edital é selecionar e apoiar projetos de pesquisa e inovação que contribuam para o desenvolvimento de Mato Grosso do Sul e que sejam coordenados por pesquisadoras mulheres vinculadas às Instituições Científicas e de Inovação Tecnológica e Universidades sediadas no Estado.  

Foram aprovados 64 projetos entre a primeira e a segunda chamadas, sendo que seis deles serão desenvolvidos no Câmpus do Pantanal.

O projeto Caixa corta-fogo: uma estratégia para a diminuição dos incêndios florestais no Pantanal de Mato Grosso do Sul   coordenado pela professora do Curso de Geografia, Ana Carolina Torelli Marquezini Faccin, foi contemplado com o valor de R$80.450,00.  

A pesquisadora destaca que o projeto trabalhará conceitos teóricos de um ponto de vista prático. “Acredito em uma Geografia crítica e propositiva, capaz de gerar diagnósticos e soluções na escala local e de apontar, através da pesquisa, onde o planejamento e as políticas públicas devem ser aplicados”.

O objetivo da pesquisa é identificar, cartografar e analisar geograficamente as áreas propensas a incêndios florestais no pantanal sul-mato-grossense, elencar e discutir critérios de vulnerabilidade territorial, além de propor o teste de uma estratégia concreta de controle do uso do fogo (a caixa corta-fogo) em localidades sem coleta de lixo na região selecionada. 

O projeto de pesquisa Impacto do fogo no estabelecimento e performance de espécies herbáceas nativas no Pantanal, coordenado pela professora do Curso de Biologia, Janaína Guernica Silva,  foi contemplado com R$80.916,32 e tem como objetivo investigar a taxa de germinação de sementes, o estabelecimento e a performance de plantas de espécies pioneiras, nativas do Pantanal em solos atingidos pelas queimadas nos últimos anos (2019-2021) e fornecer informações sobre potenciais espécies a serem utilizadas em programas de recuperação de áreas degradadas no Pantanal.

Para a professora Janaína, o projeto tem grande importância para a sua vida profissional e pessoal e se sente feliz e orgulhosa por essa conquista, pois além de ser o seu primeiro projeto de pesquisa com fomento aprovado, entende a sua relevante aplicação socioambiental. 

A professora do Curso de Psicologia, Vanessa Catherina Neumann Figueiredo, coordena o projeto Sofrimento psíquico e desemprego na pós-pandemia e irá receber investimento de R$65.800,00.  O objetivo do projeto é compreender a relação entre a busca frustrada por emprego assalariado e o sofrimento psíquico de pessoas desempregadas na pós-pandemia.

A pesquisadora destaca que o intuito da pesquisa é contribuir para a criação de um protocolo de atendimento e de escuta aos trabalhadores/as em situação precária e desempregados/as, buscando contribuir na teoria no entendimento e aplicação das clínicas do trabalho. “Enquanto pesquisadora, é o avanço da trajetória de estudos e pesquisas sobre o desemprego que tenho trilhado”.

O projeto A contribuição da História Antiga para o estudo do tempo presente em sala de aula: a construção dos papéis femininos nos relatos etnográficos tem como objetivo contribuir para uma nova forma de análise dos relatos etnográficos na Antiguidade, na qual a diversidade deva ser considerada para compreensão da construção das identidades culturais e sociais. 

O estudo foi contemplado com R$55.266,00 e será desenvolvido pela professora do Curso de História, Nathália Monseff Junqueira. Para ela, a diversidade cultural ou social se dá pela relação entre culturas, e não por um isolamento. 

O projeto visa a ampliação do debate a respeito da diversidade cultural, social e de gênero nas escolas e da produção de saberes como um mecanismo que contempla toda a comunidade escolar, promovendo uma educação de qualidade que busca a inclusão e a participação de todos, resultando no fortalecimento da cidadania e o respeito às diversas culturas inseridas dentro da sociedade. 

A professora do Curso de Direito, Elaine Dupas do Curso de Direito, é responsável pelo projeto Casa do migrante de Corumbá/MS: análise do fluxo de acolhida e encaminhamento dos migrantes invisíveis na fronteira Brasil-Bolívia.

A pesquisa tem como objetivo realizar um diagnóstico de quem é o migrante invisível, e invisibilizado, que ingressa e sai do país utilizando a cidade de Corumbá. O projeto que foi contemplado com R$82.849,60 e por meio do recurso será possível dar continuidade à pesquisa que a docente já desenvolve   sobre a Lei de Migração e seus impactos sociais.

Para a docente, a pesquisa contribuirá para o desenvolvimento do Estado de Mato Grosso do Sul na temática migratória, sendo o município de Corumbá reconhecido pela Organização Internacional para as Migrações como referencial de boas práticas, inclusive pela criação da Casa do Migrante.

Por fim, também foi aprovado o projeto Diversidade microbiana do solo de bancadas lateríticas de Corumbá, Mato Grosso do Sul com recurso de R$90.069,39 e será coordenado pela professora do Curso de Ciências Biológicas Marivaine da Silva Brasil. A pesquisa tem como objetivo identificar os grupos microbianos e realizar análises estrutural e funcional dos micro-organismos presentes no solo das bancadas lateríticas, localizadas em Corumbá, MS. A pesquisadora destaca que o edital é importante porque é uma valorização das mulheres pesquisadoras do estado, uma vez que um dos itens para participar é que o projeto fosse composto apenas por mulheres. “Estudos sobre a diversidade de micro-organismos em áreas de bancadas lateríticas são quase inexistentes. Essa avaliação possibilitará a descoberta de novas espécies microbianas e a descrição da ocorrência de espécies microbianas ainda não catalogadas, que podem possuir propriedades para fins biotecnológicos e de conservação, com foco no Pantanal”.

O diretor do Câmpus do Pantanal, Aguinaldo Silva, destacou a importância dos projetos aprovados pelas pesquisadoras. “O desenvolvimento das pesquisas vai permitir a participação de estudantes, contribuindo para a sua formação profissional. Além disso, os resultados podem contribuir para o desenvolvimento de políticas públicas beneficiando a sociedade”.

A vice-reitora Camila Ítavo celebrou a conquista das pesquisadoras do Campus do Pantanal da UFMS. “É uma alegria ver as mulheres pesquisadoras ocupando lugar de destaque na Ciência do estado e do país, levando com orgulho o nome da nossa Universidade e coordenando pesquisas relevantes para a sociedade. Parabéns às nossas mulheres pesquisadoras do Campus do Pantanal da UFMS e à Fundect pela sensibilidade e pelo apoio estratégico em busca da equidade e do desenvolvimento científico”, disse.

Texto: Aguinaldo Silva